Há uns tempos comecei mais uma das minhas incríveis histórias sobre um piloto de corridas de nome Zodiac. Deixem-me desde já alertar para como devem pronunciar o nome deste herói, apesar de eu escrever Zodiac, lê-se Zodiác. Mas pronto, isto era só um aparte...
O quero dizer é que finalmente escrevi o episódio dois do "Melhor Piloto do Mundo". Para aqueles que já não se lembram do primeiro episódio, podem revê-lo aqui!
Melhor Piloto do Mundo
(A Corrida!)
O avião onde viajava Zodiac dos Santos aterrou às 22 horas
(hora local). Foi um voo atribulado para o nosso herói, que mal conseguia andar
devido aos ossos fracturados e às lesões internas causadas pelos passageiros do
A350. Zodiac necessitava de cuidados médicos imediatos, mas agora não havia
tempo para mariquices porque o nosso piloto tinha de se concentrar na sua
próxima corrida. Zodiac ainda não acreditava bem que tinha sido convocado para
a grande corrida de sofás. Há anos que trabalhava na estofagem e revestimento
de cadeiras, mas nunca pensara que podia ser chamado para a equipa de apoio de
uma das mais conceituadas corridas de sofás de baixa cilindrada do mundo.
*
Fábio Coruja era um do principais organizadores da corrida
dos sofás e, como tal, quis ser o anfitrião do grupo de portugueses de apoio à
corrida, que chegavam hoje a São Paulo. Com medo de não chegar a tempo, Fábio
programou o despertador para as 6h30min da manhã e esperou mais de 15 horas até
o avião aterrar. Quando finalmente os passageiros chegaram Fábio estava
cansado, com umas olheiras enormes de sono e uma vontade imensa de verter
águas, no entanto não pode deixar de reparar que um dos passageiros vinha
gravemente ferido deixando um rasto de sangue por onde passava. Intrigado
pergunta:
-Boa Noite, eu sou Fábio Coruja vosso anfitrião. O senhor
precisa que chame uma ambulâcia?
Zodiac pensou que os seus ferimentos iam passar
despercebidos, mas já que o Sr. Coruja tinha notado lá respondeu:
-Pois... Se calhar é melhor porque não me estou a sentir lá
muito bem. Deve ser da comida do avião!
Zodiac teve de passar a noite no hospital, e quando acordou
no dia seguinte só teve tempo de vestir umas meias e sair à pressa em direcção
ao autódromo. Mal chegou foi logo
repreendido pelo seu superior pelo facto de se apresentar só de meias, obrigando-o
a vestir uma “roupita”.
A corrida começou e Zodiac não conseguia conter o
entusiasmo. Quando os sofás já iam na terceira volta, o veículo da equipa do
nosso herói dirige-se para as boxes, deixando logo Zodiac aos pulos de
adrenalina.
-Atenção! Sofá Moviflor a entrar! - Grita o chefe da equipa.
O cérebo de Zodiac começou logo a trabalhar a mil à hora. Ele
era responsável pela estofagem do sofá e, como já tinha muita experiência nesta
área, sabia que um mau trabalho podia significar uma derrota ou até mesmo uma
explosão do sofá. Quando o sofá nº 31 parou, Zodiac deparou-se com o pior dos
cenários: havia uma nódoa gigante no lugar do co-piloto. O primeiro passo para
remover uma nódoa destas é detectar a sua origem; Zodiac cheirou e lambeu a
nódoa chegando à conclusão que era cocó. Provavelmente era do co-piloto que não
se encontrava muito bem da barriga. Não havia tempo para uma lavagem a seco,
nem tão pouco para uma substituição do estofo, por isso o nosso artista teve de
improvisar um remendo com um trapo que encontrou no seu estojo de ferramentas.
Foi dada luz verde ao veículo 31, podendo este regressar à
pista. Ao vê-lo afastar-se Zodiac rezava para que o remendo se aguentasse;
bastava uma ponta saltar para o sofá poder caputar ou mesmo explodir.
Era a recta final, e havia uma grande disputa entre o nº 31
e o nº 62. Era impossível prever quem iria ganhar. Segundos antes do fim da
corrida, e sem qualquer razão aparente surge uma enorme nuvem de fumo que impossibilita
a visão de Zodiac impedindo que este visse quem ganhara a corrida.
Espero que tenham gostado deste segundo episódio, não se acanhem e dêem a vossa opinião no facebook, ou deixando um comentário aqui no blog!
Hasta!